Congresso Internacional Artistic Confluences in the Iberoamerican culture (1600-1850). The world of Robert C. Smith (1912-1975)

05/11/2022, 12h28 | Destaque, Notícias

No ano em que se comemoram os 110 anos do nascimento de Robert C. Smith (1912-1975), historiador de arte norte americano, que dedicou grande parte da sua vida académica aos estudos da arte e cultura Iberoamericanas dos séculos XVII e XVIII, impôs-se assinalar esta efeméride lançando o Congresso Internacional “Confluências artísticas na cultura Iberoamericana. O mundo de Robert C. Smith (1912-1975)”.

Com este congresso pretende-se revisitar os temas da obra de Robert Smith, ampliando a sua dimensão num contexto interdisciplinar e contemporâneo. A sua obra publicada e inédita constitui atualmente um legado cientificamente relevante para as pesquisas que se desenvolvem em torno da temática escolhida. Refletir e problematizar sobre o seu legado, inseri-lo no campo mais vasto dos estudos de cultura Ibero-americana, recuperar temas e objetos menorizados à luz da nova historiografia de arte e projetar novos caminhos para o seu estudo e divulgação são os objetivos latos deste encontro internacional.

O historiador de arte norte-americano Robert Chester Smith dedicou grande parte da sua vida académica ao estudo da arquitetura e das Artes Decorativas do Barroco Iberoamericano, com destaque para Portugal e o Brasil. Smith doutorou-se na Universidade de Harvard, em 1936, e fez parte de um grupo pioneiro de académicos, que se dedicava ao estudo e divulgação da arte e cultura latino americanas.

As Associações dedicadas aos estudos hispânicos, de que é exemplo notório, a Sociedade Hispânica, fundada em 1904, pelo académico e colecionador Archer Milton Huntington (1870-1955), desenvolveram-se intensamente no início do século XX. A Sociedade Hispânica foi a primeira a constituir uma coleção de gravuras, livros raros, mapas, fotografias, pintura e objetos de artes decorativas. A curiosidade destes primeiros colecionadores e académicos foi suscitada pela redescoberta de um mundo tão próximo, como era o do da América Latina, e, no entanto, tão distante em seus códigos culturais. 

O cargo de vice-diretor da Divisão Hispânica da Biblioteca do Congresso, em Washington, ajudou a conferir maior credibilidade aos seus estudos e publicações entre Portugal, Brasil e outros países, em suportes diferenciados, desde jornais locais a publicações em revistas científicas e livros. Os seus trabalhos dedicados à arte barroca portuguesa e colonial brasileira foram em parte patrocinados pela Fundação Calouste Gulbenkian, através de bolsas de estudo e outros apoios. No seu testamento, Smith firmou a expressão da sua gratidão a esta instituição cultural, legando-lhe todo o seu espólio profissional.

Este congresso pretende questionar e recontextualizar o tempo e espaço de atuação de Robert Smith, bem como os métodos de trabalho que utilizou ao longo da sua carreira académica: campanhas fotográficas, investigação bibliográfica e documental, métodos comparativos, a que agregava as viagens de estudo e as redes de contactos. Trata-se também de questionar como, à luz das novas ferramentas metodológicas e da renovada historiografia da arte, podemos comparar e conectar as diversas experiências, repensar e reavaliar o seu legado, aceitando o desafio que este campo de estudos coloca atualmente.

Para promover um diálogo metodológico e interdisciplinar, os temas sugeridos incluem, mas não se limitam aos seguintes:

– O legado de Robert C. Smith: desafios para futuras investigações;
– Agendas políticas e religiosas: desejo, produção e consumo de bens culturais;
– Encontros culturais nas artes Ibero-americanas: continuidades e rupturas;
– Para além dos nacionalismos: a transnacionalidade como prática cultural e social;
– Nova vida para objectos antigos: outros usos e ressignificações;
– Repensando o arquivo: novas leituras e interpretações de antigos documentos;
– Na ausência do arquivo: objectos de arte anónimos e novas formas de investigação;
– Diáspora: impactos na produção, consumo e sentido dos objectos de arte;
– Arte e propaganda nos Estados Novos português (1936-1975) e brasileiro (1937-1945): o papel dos media;
– Herança visual e material: olhares interdisciplinares sobre conhecimento e gestão de bens culturais;
– Reconstruções e recreações virtuais de objectos destruídos: da fotogrametria ao 3D scanning;
– Historiografias e Luso-Tropicalismo;

Mais informações em: https://congresso-robertsmith.weebly.com